Entre andar e ficar parado
Jan 28, 2021
Parece que não, mas quando
eu espero entre os motores da estação
lembro de como até ali fui
e dos dias que nunca mais serão
E entre tantos passageiros, embaçados
os meus olhos procuram como olheiros
pares que digam o meu nome
e do destino sejam trapaceiros
Pois não é fútil a vida, quando passa
à procura de uma voz querida
que cante a saudade e a alegria
tanto na vinda quanto na ida
Mas hoje não, a única
voz que me chama é da estação
tantas vezes eu ali já fui
quantas mais ainda serão?
Guilherme Matos